
Já está rolando nos cinemas do Brasil cópias de Além da Escuridão - Star Trek. Na continuação de Star Trek, filme de 2009, J.J. Abrams nos apresenta novos questionamentos e nos faz amar novamente todos os personagens.
Dessa vez, a tripulação do Capitão Kirk (Chris Pine) persegue o vilão John Harrison (Benedict Cumberbatch), após um ataque terrorista à Frota Estelar. Assim, desse jeito, o filme pode se passar por uma mera perseguição gato e rato com pitadas de vingança. Não deixa de ser verdade, porém o longa tem uma capacidade incrível de abarcar o passado de Star Trek e essa nova roupagem (mais uma vez).
A produção e a direção de arte é impecável. Também, pudera, com os milhões de dólares envolvidos é fácil investir pesado. O trabalho é tão bem feito que te dá vontade de erguer as mãos e agradecer pelo "futuro" de Star Trek não ser cromado. Daí dava pra desandar fácil.
Abrams dirige a franquia novamente de forma espetacular. Contudo, os flares (aqueles focos de luz que "chegam" diretamente ao espectador, muito usados em clipes) do cineasta cansam muito o olhar de quem assiste. É totalmente compreensível o uso dessa técnica, mas, a certo ponto, passa mais a incomodar do que de transpor para dentro do filme.
As atuações estão impecáveis. Tudo bem que Alice Eve, que vive Carol, uma nova integrante da Enterprise, tem sua parte não muito significante, contudo não diminui o potencial da moça. Chris Pine e Zachary Quinto ainda mantém a excelente química (shipping for life s2) e tomam o arco dos seus personagens da melhor maneira possível. Pine, diferente de Quinto, em algumas lutas de combate, parece que simplesmente não aprendeu a coreografia. Os personagens secundários, de Uhura (Zoë Saldana) a Chekov (Anton Yelchin), podem não ganhar momentos em tela o suficiente, mas reforçam ainda mais a relação criada na nave.
O destaque, brigando lado a lado com o Spock de Quinto, é do vilão interpretado por Cumberbatch. Bene (com licença, temos intimidade). Não vamos falar abertamente o grande segredo dele, mas, sim, é aquilo mesmo. O trabalho que o ator fez é tão meticuloso, que é sentido na sua linguagem corporal e em seus olhares compenetrantes. Ele faz você querer que John Harrison estivesse presente em ainda mais cenas.
Para aqueles que adoraram a inserção de Leonard Nimoy no filme de 2009, podem ficar felizes. Ele volta nesse. Verdade seja dita, sua participação é descolada. Funciona mais como uma espécie de bênção à Zachary Quinto do que qualquer outra outra coisa. Mas ainda assim aceitamos.
Além da Escuridão - Star Trek é repleto de fanservices , mas não deixa, em momento algum, de lembrar que quem eleva a bilheteria acaba por ser os outros. Desse jeito Abrams nos entrega um filme equilibrado e com ainda mais potencial para expansão.

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