
Em clima de psicodelia pura, Miley Cyrus lançou ontem (30) gratuitamente o álbum Miley Cyrus and Her Dead Petz, e avisou a galera no finalzinho do VMA.
Rumores sobre o acontecimento já rolavam na última semana e várias dicas foram dadas durante o evento, tanto no momento em que entrou na apresentação num tobogã de arco-íris "derretendo", quanto no mockmentary exibido após os intervalos em que alucinava com seu porquinho de estimação, fazendo uma possível alusão ao título. O babado era certo!
O registro foi feito de forma independente da RCA Records, sob a produção de seus amigos de longa data da banda The Flaming Lips e participações de Big Sean, Ariel Pink e Sarah Barthel (do Phantogram). Provavelmente trata-se apenas de um projeto paralelo que antecede o sucessor, de fato, do Bangerz (2013), que ela deverá lançar futuramente visando propósitos comerciais para cumprir contrato com a gravadora.
Sonoramente, o CD não se parece com nada com que ela tenha feito nos anteriores. Mas alguém esperava algo diferente da atual rainha da reinvenção? Pouco tempo após sua divulgação, já havia gente dizendo ser o novo ARTPOP, no sentido de (suposto) flop, porém, vendável ou não, a experimentação de Cyrus tem caráter libertador. Ouça clicando em "leia mais".
E levando a níveis inimagináveis os lábios flamejantes de Wayne Coyne e cia, a nova rebelde com causa também lançou na oportunidade o clipe de "Dooo It!", canção com que encerrou a premiação da MTV ontem, acompanhada de drags do RuPaul's Drag Race.
Com doces
Vale lembrar que recentemente Cyrus se assumiu como pessoa trans não-binária, ou seja, nem homem, nem mulher, mas um ser que ora flui com naturalidade entre esses dois polos, ora não pertence a nenhum deles. Além disso, em entrevista a Elle britânica (releia), ela falou sobre sua pansexualidade. E com base em suas declarações, está trazendo para o universo pop o conceito de desconstrução de gênero de Judith Butler, antes restrito a nichos acadêmicos e militantes. Tudo flui, até as noções estáticas de identidades de gênero e sexualidades vigentes. Em suma, ela não veio para se fazer entender, mas para confundir.
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