
A edição britânica da revista Elle comemora 30 anos e resolveu falar de temas super relevantes na atualidade: o gênero não-binário, a sexualidade fluída e a revolução transgênera. E uma das celebridades que está trazendo à tona esses "tabus" - que sempre existiram, mas não eram muito discutidos na grande mídia - é Miley Cyrus, que figura a capa da publicação.
Enquanto aqui no Brasil o projeto de inclusão de gênero e orientação sexual pena para ser aprovado no congresso e é erroneamente divulgado pelas parcelas conservadoras da sociedade como ideologia de gênero (como se identidade de gênero e sexualidade fossem doenças que infectarão as criancinhas ou comportamentos para serem impostos...), a arte sempre está na linha de frente na transformação do retrógrado.
Consciente da visibilidade que possui, Miley é ativista LGBTQ e tem o conhecido projeto "Happy Hippie", sessões com parcerias musicais ótimas - como "Androgynous" com Joan Jett e Laura Jane Grace - para arrecadar fundos a sua instituição de caridade de mesmo nome, que ajuda jovens em situações de risco, como pessoas indigentes fora da heterocisnormatividade.
"Se você mostra seus seios e tem a atenção de todos, então você pode usar esse espaço para dizer algo e se fazer ouvir por eles", fala Cyrus sobre seu papel como artista e como uma das porta-vozes dessa militância ao redor do planeta. A cantora, que já se assumiu como pessoa não-binária, resolveu agora falar abertamente sobre sua orientação sexual também fluída, a pansexualidade.
"Eu sou muito aberta com relação a isso! Sou pansexual, mas não estou namorando. Tenho 22 anos e saio com algumas pessoas, mas mudo meu estilo a cada duas semanas independente de com quem eu esteja saindo", explica, aproveitando para desmentir o o suposto namoro com a modelo Stella Maxwell.
Mas calma, gente, ela não gosta de árvores! A pansexualidade nada mais é do que a atração voltada para qualquer gênero, tanto às pessoas que se identificam como meninos e meninas com base no que lhes foi designado quando nasceram (cisgêneros) quanto às pessoas que não se identificam com o gênero imposto (mulheres e homens trans binários). Abarcando também quem não se sente confortável dentro do binário mulher-homem, como a própria Miley. Confira o vídeo dos bastidores do ensaio fotográfico:
A apresentadora do VMA 2015, que acontece hoje (30), também fala sobre a importância de seu papel político no auxílio a pessoas marginalizadas. Além da representatividade feminina, e o consequente constrangimento de suas performances controversas, muitas vezes vistas como objetificadoras e hipersexualizadas.
"Eu sinto um pouco de vergonha por ter sido paga para chacoalhar minha bunda usando uma fantasia de ursinho de pelúcia. Eu não deveria ganhar quantias estrondosas de dinheiro enquanto há pessoas vivendo nas ruas.", disse a cantora, cujo novo álbum talvez seja disponibilizado gratuitamente de acordo com alguns rumores na internet.
E por falar na premiação de melhores clipes da MTV, há alguns dias o programa Jimmy Kimmel Live resolveu disfarçar Miley de repórter australiana e fazê-la entrevistar transeuntes sobre o que eles pensavam a seu respeito no quadro "I Witness News". As impressões dos entrevistados, a atuação caricata dela e o twerk com fãs são impagáveis!
Para saber mais sobre sexualidade pansexual e a identidade de gênero trans não-binária, recomendamos alguns vídeos bem didáticos com pessoas brasileiras falando sobre suas cores fluídas: Canal das Bee sobre pansexualidade (assista) e com a série de não binários com a linde Ariel Silva (assista). O maravilhoso Guih Oliveira também falando sobre a não-binariedade no canal gaúcho Hey Bitch, Wazaah?. Destaque para o detalhamento que ela faz sobre as diferentes expressões de gênero dentro da identidade (assista).
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